Consolação, muito mais do que uma rua
Muitos paulistanos “raízes” desconhecem que existe um distrito chamado Consolação. Mas todos conhecem a Rua da Consolação, endereço da bela paróquia e do cemitério com o mesmo nome. Contudo, essa região vai além da rua e congrega os bairros Consolação, Higienópolis, Vila Buarque e chega até o Pacaembu.
Cultura
O que falar de um distrito no qual até os cemitérios são fontes de riquezas culturais? O da Consolação, por exemplo, apresenta cerca de trezentas esculturas e trabalhos de artistas importantes, como Victor Brecheret e o arquiteto Ramos de Azevedo, que projetou seu portão principal. Abriga um grande número de sepulturas de figuras conhecidas, além de personalidades da história paulistana, como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Ramos de Azevedo, Marquesa de Santos, Líbero Badaró e o monumental mausoléu da Família Matarazzo, considerado o maior da América do Sul, com altura aproximada de um prédio de três andares. No Araçá os destaques são anjos, serafins e querubins de mármore e bronze e dos Protestantes, só por ser o principal cemitério de não católicos, sua história é uma rica fonte de ensinamentos sobre a divisão das religiões de São Paulo. Nele foi enterrado Charles Miller, o “pai” do futebol no Brasil.
E por falar no esporte, é no distrito da Consolação que está o Museu do Futebol, o maior guardião dessa paixão brasileira. Teatros como Folha, Faap, Sesc Consolação, Espaço Satyros, entre outros, reforçam as atrações culturais da região.
Educação
Berço educacional da elite paulistana, o distrito da Consolação abriga os tradicionais colégios particulares Sion e Rio Branco, em Higienópolis, mas tem também escola estadual de muita tradição, como o Marina Cintra, na Rua da Consolação. Seus complexos acadêmicos Mackenzie, FAAP e o Centro Universitário Maria Antônia, da USP, levam para a região estudantes de todo o Brasil.
Gastronomia
É normal as pessoas estranharem que um dos melhores restaurantes de carne da cidade foi batizado de Sujinho. Aliás, os donos até tentaram o nome Bisteca D’Ouro, mas não pegou não. Ponto de encontro de artistas, jornalistas e “damas da noite” nos anos 60, a casa só cresceu e já conta 4 unidades na Rua da Consolação. Outro point tradicional que não se pode deixar de conhecer é a Lanchonete Estadão e apreciar o delicioso sanduíche de pernil. O local tem este nome por ficar ao lado da edificação que foi sede do jornal O Estado de S. Paulo, entre 1953 e 1979, hoje um hotel. Inclusive, o prédio foi fruto de uma encomenda da família Mesquita ao arquiteto Jacques Pilón em 1946, para a construção de um prédio que comportasse a redação do jornal, os estúdios da Rádio Eldorado e outros andares destinados a escritórios. Existem locais em São Paulo que pertencem a um distrito, mas, por ter proximidade com um mais famoso, adota este como bairro. A Rua Avanhandava é um desses mistérios. A quem a coloque na Bela Vista, outros na Consolação e até na República, mas independente a qual bairro pertença, deixar de conferir as casas gastronômicas da Família Mancini é quase um pecado. Outro ponto em que a gastronomia tem destaque é na Vila Buarque, tradicionalmente era o Boi na Brasa quem atraía visitantes de todos os lados do Brasil, hoje as casas da região mesclam tradição e modernidade que valem conferir.